Português Suave

Livro de Margarida Rebelo Pinto. Gostei e aconselho. Estoril é muito bem retratado. Um mundinho privado dos meninos e meninas bem daquela zona. Nada contra, mas não é ambiente no qual me sinta confortável. Devia ser por isso que não gostava de ir para o Tamariz fazer noitada. Não tenho pachorra.

"Porque é que ainda insisto que me quero casar outra vez e que vou encontrar a minha outra metade, se a vida acaba sempre assim, um a tolerar a presença do outro o melhor que pode, mesmo quando se amam apaixonadamente e são o amor da vida um do outro?"

Assim é como às vezes me sinto. Um relacionamento é uma acomodação, mas depois contradigo-me e é uma constante construção de alguma coisa bonita. Como uma flôr num jardim disse-me a minha amiga Ana um dia. E depois penso, mas porque raio hei-de apegar-me tanto a alguém que pode dum dia para o outro fugir com a secretária do patrão ou dá o badagaio sem ninguém estar à espera. Pensamentos meios mórbidos, mas a todas as pessoas lhe passa isto pela cabeça. E quando ele desaparecer o que faço? Os homens, regra geral morrem antes de nós. A mulher é um bicho forte e supera tudo, mas até superar passa um mau bocado.

"Vivo como se não houvesse amanhã porque a verdade é que nunca sabemos se há mesmo amanhã: o fio entre a vida e a morte é uma linha ténue e traiçoeira, uma pessoa está cá e no instante seguinte morre, desaparece, transforma-se numa certidão de óbito e num corpo inerte, e nada fica, apenas fotografias e memórias."

Depois passa-me a neura e vêem os pensamentos positivos. Aproveita cada dia e cada momento. Disfruta o máximo que puderes. Até que deixem de estar juntos, muitas coisas bonitas hão-de passar. Assim é e assim será.

"O meu pai sempre nos ensinou que o clã protege sempre os seus membros, seja em que situação for, seja com quem seja. "

Assim que, no matter what, eu tenho o meu clã que me apoia, me ajuda e me ampara. :D